De uns tempos para cá a Ayahuasca está cada vez mais popularizada como uma importante ferramenta de cura física, mental e espiritual. Hoje eu vou contar para vocês a minha experiência da primeira vez que eu tomei a Ayahuasca e como isso me afetou de lá pra cá.
Eu conheci a Ayahuasca através de uma amiga, ela me contou os benefícios e pediu que eu buscasse maiores informações na internet para que assim eu tomasse minha decisão de realmente ir consagrar o chá.
Fiz inúmeras pesquisas (aliás, recomendo que vocês pesquisem bastante antes de tomar essa decisão) sobre o chá, li relatos, artigos e informações oficiais de centros de pesquisas.
O lugar que eu consagrei a Ayahuasca pela primeira vez fica em um “retiro” na cidade de Sinop no Mato Grosso. Era um lindo espaço, com muitos pés de Chacrona e Mariri (plantas bases do chá da Ayahuasca). Havia um local onde o chá estava sendo preparado e bem próximo dali um grande círculo com mantas no chão para as pessoas se deitarem a ficar em estado meditativo. O lugar era aberto, com uma vista linda do céu do Mato Grosso.
Após alguns momentos, algumas pessoas chegaram e então começamos o ritual de consagração da Ayahuasca.
O Xamã pediu que fizéssemos duas filas; uma de homens e outra de mulheres. As pessoas que estavam consagrando a primeira vez ficavam separadas para ter um conversa com o Xamã, nesta conversa ele decide o tamanho da dose que cada pessoa irá tomar (os iniciantes).
O início do ritual
Com tudo pronto, tinha uma mesa servida com muitas frutas e alimentos leves. Todo mundo que participou desta roda de consagração deveria trazer algo para complementar a mesa. Geralmente comemos as frutas para “disfarçar” o sabor amargo da Ayahuasca.
Enfim chegou a minha vez e eu tomei o chá. O sabor é terrível, com uma aparência de terra, como se fosse uma lama grossa.
Logo no primeira dose eu comecei a me sentir diferente. Achei um lugar mais confortável e ali me deitei.
Permaneci deitado e com os olhos fechados, e aos poucos comecei perceber luzes enquanto estava com os olhos fechados.
Eu me senti muito relaxado e confortável, meu corpo estava mole. E quando mal percebi, já tinha se passado mais de 1 hora. Eu sabia que algo no meu corpo estava acontecendo, mas ainda os efeitos eram muito sutis. Algum tempo depois o Xamã nos convidou para a próxima dose.
Na segunda dose o gosto da Ayahuasca estava pior ainda, quase vomitei. Eu lembro do cheiro e do sabor até hoje. Eu achei terrível!
Logo após a segunda dose, eu voltei para o meu lugar onde estava, me deitei e assim que fechei os olhos uma grande festa de luz começou. Eu podia ver ver luzes formando padrões, esses padrões seguiam um fluxo. Parecia que eu enxergava dentro de mim mesmo.
Cada minuto que passava os efeitos aumentavam, eu conseguia sentir o meu interior, todo o meu sub-consciente estava acessível, enquanto sentia meu corpo mole e trabalhando. Eu sentia todo o meu corpo pulsar, parecia que ele expelia as toxinas que me infectavam. Eu sentia o fluxo de sangue nas minhas veias, tudo estava relaxado.
O meu corpo suava, muitas lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu permanecia deitado.
Enquanto eu sentia meu corpo inteiro funcionando, minha mente não parava.
Em todos os momentos vinham flashes da minha infância, pequenos conflitos com parentes, momentos de escola e muitas lembranças que eu não fazia ideia de que tinha, ou que podia acessá-las. Todos esses flashes passavam na minha mente e eu os via como se estivesse fora da situação, todas as lembranças que tive me machucaram de alguma forma e neste momento eu sentia me curar de cada uma delas eu perdoava os outros e a mim mesmo, principalmente.
Eu sentia que a cura para tudo era o perdão
A Ayahuasca trazia todos os momentos em que me frustei, momentos em que eu mesmo me machuquei. Percebi que a fonte de todos os problemas era eu mesmo: Me machucar pela atitude dos outros.
Eu não vomitei nenhuma vez, mas chorei muito. Muitas lágrimas escorreram pelo meu rosto enquanto permanecia de olhos fechados e algumas vezes até sorria.
Conheci Deus
Essa foi a primeira vez que eu realmente senti a presença de Deus, me senti conectado com tudo. É até difícil explicar a conexão porque pude sentir na pele, como um abraço, porém com muita, mas muita intensidade.
Eu realmente senti Deus, o verdadeiro Deus que está na terra, dentro da terra, dentro de nós mesmo. Pude percebe-lo como uma energia gigantesca que envolve todos nós.
Após 6 horas eu comecei a sair da força e fui embora. Porém até no próximo dia de manhã eu me sentia diferente. Me sentia grato, grato pela vida, pela minhas experiências e tudo que passei.
Desde essa vez, eu consagrei o chá de Ayahuasca mais outras 2 vezes, todas as vezes minhas experiências foram diferentes. Isso é muito pessoal de pessoa para pessoa, pois a cura é mental.
Deixe nos comentários se você já consagrou o chá alguma vez ou qual a sua dúvida/expectativa para o dia que você for.
Veja também o texto que escrevi recentemente sobre o que mudou na minha vida após 3 anos de ter conhecido a Ayahuasca